sábado, 16 de janeiro de 2010

Para dormir em Jerusalém

O pessoal pergunta porque a gente não vai para Belo Horizonte ou para Buenos Aires. O legal de uma viagem desse tipo, em que você se depara com costumes e culturas muito diferentes da sua, é justamente produzir algo semelhante a um reboot na cabeça e no coração. São lugares onde os códigos que a gente conhece não valem muita coisa.

E a gente pode achar as coisas estranhas ou engraçadas, mas funcionam para eles e isso importa. Não interessa se a gente concorda ou discorda - isso não importa. A gente se adapta o quanto pode. E lança olhos diferentes sobre o que já conhece. É deliciosamente esquisito!

Por exemplo: a Monique foi fazer nossa reserva para Jerusalém e descobriu um hotel muito legal - imagine - na Via Dolorosa. Manja Jesus Cristo carregando a cruz e caindo três vezes? É nessa rua mesmo!!! E foi ali naquela esquina, em frente à mercearia do seu Roque...
Monique, que é dada a entusiasmos crônicos, logo se animou. Mas a hospedagem é para cinco: Zé e ela, Juliana e seu marido Idam. E eu.

Os três viajandões somos muito amigos e não estamos indo com um exagero de grana. Pensamos em compartilhar o quarto. Pois não pode! Se forem marido e mulher (devidamente documentados), tudo bem. Se forem duas mulheres, mesmo não sendo da mesma família, tudo bem também. Dois homens? O mesmo. Mas homens e mulheres de famílias diferentes??? Onde é que nós vamos parar?

E o que nos resta? Concordar. Ora, se é problema para eles... beleza. Mas não é refrescante pensar que, de todas as coisas que podem esquentar a cabeça de alguém que vive no Oriente Médio, isso pode ser um problema? Ou que tantas modernidades que esquentam a nossa cabeça nem passam pela deles?

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