domingo, 7 de fevereiro de 2010

Houve sim

Você pode ter a crença que for. Pode até ser agnóstico ou ateu. Mas houve um Herodes. Seu palácio continua no alto de uma montanha. Houve um Pilatos, pois as placas nos muros anotam o local onde ele lavou as mãos e tentou se eximir da responsabilidade de decidir entre a vida e a morte de outros.
Pode também acreditar que os fatos não ocorreram exatamente como são narrados, os locais não são exatamente aqueles marcados, as datas são imprecisas ou falta lógica à ordem das ações relatadas.

Mas um homem andou por aquelas pedras, carregou uma cruz, encontrou sua mãe duas vezes, caiu três, pediu às mulheres que não chorassem por ele, mas por seus próprios filhos. A versão é melhor que a precisão, quando se cria uma história com tal magnitude que mobiliza tantas pessoas por tanto tempo.

Você segue pela Via Dolorosa acompanhando os passos dele. Qualquer guia te dá a sequência. Mas quando chega ao Santo Sepulcro, a lógica se perde e só se sente emoção. À sua volta, capelas franciscana, ortodoxa, dominicana... todas coexistindo num único edifício. No centro disso tudo, eles enfeitaram e transformaram uma tumba num monumento. Você entra e, de um grande hall, passa por uma sala menor que sua própria decoração. Então, se curva para chegar ao túmulo. E se prostra diante de uma caixa de mármore liso que mal cabe naquele cubículo. A luz amarelada e fraca deixa claro que o que você vê ali extrapola o luxo. E você não questiona se um corpo foi sepultado ali dentro. 2000 anos de fé e amor tocam seu coração.

E voce crê. Crê que houve alguém. Crê num mundo melhor.

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